Ainda me recuperando do caixote que levei da onda "pró-BOPE", ouso desviar a luz amarela, forte e rodeada de fumaça de cigarros da sala de torturas, do rosto endeusado dos policiais do bope, no filme Tropa de Elite (2007) de José Padilha, para alguns focos meio escuros existentes na história.
Como todo pseudo-moralista de plantão que se prese, assisti a esse filme na cópia pirata comprada pelos meus pais na urugua, mesmo tendo pensado em não fazê-lo, ou ao menos me desculpando de tal ato, indo assistir ao filme posteriormente nos cinemas.
Mas não pretendo fazer mais isso. Não depois do que vi e do que percebi do filme. e as razões vou dar a luz nesse momento.
O filme conta a história do BOPE, Batalhão de Operações Especiais, e faz deste uma mega propaganda exaltando as qualidades quase insanas dos seus membros e notificando que guerra é guerra, não há normalidade quando o assunto beira o caos urbano e a violência.
Estagiei em uma Delegacia de Polícia em 2002 e, muito antes do filme, sempre tive admiração pelo BOPE, era a ele que a polícia civil recorria quando de alguma ameaça, quando tinha que ir a um local de crime de difícil acesso, ou quando precisava de cobertura, era uma espécie de polícia da polícia. Confesso que antes de 2002, nunca tinha ouvido falar no BOPE.
Essa propaganda era necessária, a nossa sociedade precisa respeitar e conhecer melhor o trabalho dos policiais, e nesse ponto o filme é válido, se tivesse um tom a menos de exaltação ao BOPE.
Sociedades se mantém se respeitamos e ensinamos às nossas crianças a respeitarem os policiais e os professores enquanto profissionais, e a todos os cidadãos enquanto pessoas.
Porém o filme exalta a polícia, com o pretexto de apenas relatar a visão desta, e coloca a culpa de grande parte do ocorrido, na classe média de usuários de drogas universitários.
A validade deste argumento é contraditória, PORRA!, Os políticos são uns fanfarrões e deitam em cima de projetos anti-legalização, pois é mais lucrativo quando proibido. (Frase para entrar na ótica do filme)
Ainda temos que ouvir argumentos que tudo deveria ser proibido, inclusive o cigarro feito de tabaco, (imagina eu tendo que subir a rocinha para comprar um maço de malboro light?!).
A legalização é a grande chave para o processo de diminuição do tráfico e violência? Não.... Não sei... mas é provável que esta política junto com um monte de outras campanhas que garantam o uso consciente de algumas substâncias, o uso controlado de alguns tipos de drogas, e pesquisa sobre as qualidades benéficas da produção destas drogas seria interessante para elucidar o caso. E não se faz elucidação culpando a classe média oprimida, que o máximo que faz é consumir um baseado de maconha imerso em amônia, pois nem o INMETRO pode garantir a qualidade do mesmo.
Leitor, puxando, prendendo e soltando pela razão... você realmente acredita que é a maconha consumida pelos universitários (especialmente o da área de humanas) que contribui para o esquema INTERNACIONAL de tráfico de drogas?
Quantas festas rave seriam necessárias para valer o risco de tantas mortes e pagar todo o dinheiro aplicado pelos BARÕES DAS DROGAS?
Não parece irônico, que o filme que fala de um consumo clandestino de drogas e do combate ao mesmo tenha sofrido do mesmo mal que condena? E isso atrapalhou a sua veiculação? quem sustentou essa distribuiçãpo por baixo dos panos? os que se corromperam assistindo ao filme? ou os que se corromperam facilitando o acesso ao mesmo e quebrando o direito autoral?
Toda industria se mantém pelo consumo do produto que oferece, porém esse consumo é uma necessidade criada, vide celulares, mp3 player e afins. Quando a necessidade é um vício, cabe a sociedade julgar a necessidade de combatê-lo, através de sua proibição ou através de campanhas contra o seu uso, questionando inclusive os seus conceitos de bom e ruim.
A industria da droga, assim como a da pirataria, não é diferente. A necessidade do consumo já foi criada, combater isso com violência é antiquadro e agrega valor ao produto, pois agora esse produto para ser conseguido, tem que ser pago com a vida. Está na hora de repensarmos nossa legislação, para que pessoas inescrupulosas deixem de ganhar dinheiro em transações de tráfico arriscadíssimas, e, as empresas e as corporações passem a oferecer o produto necessário de forma regulamentada, consciente e pagando impostos.
O que fazer com esses impostos é tópico para outra postagem, pois periga de novo cairmos na corrupção do desvio, interessante sempre aos políticos...
Como todo pseudo-moralista de plantão que se prese, assisti a esse filme na cópia pirata comprada pelos meus pais na urugua, mesmo tendo pensado em não fazê-lo, ou ao menos me desculpando de tal ato, indo assistir ao filme posteriormente nos cinemas.
Mas não pretendo fazer mais isso. Não depois do que vi e do que percebi do filme. e as razões vou dar a luz nesse momento.
O filme conta a história do BOPE, Batalhão de Operações Especiais, e faz deste uma mega propaganda exaltando as qualidades quase insanas dos seus membros e notificando que guerra é guerra, não há normalidade quando o assunto beira o caos urbano e a violência.
Estagiei em uma Delegacia de Polícia em 2002 e, muito antes do filme, sempre tive admiração pelo BOPE, era a ele que a polícia civil recorria quando de alguma ameaça, quando tinha que ir a um local de crime de difícil acesso, ou quando precisava de cobertura, era uma espécie de polícia da polícia. Confesso que antes de 2002, nunca tinha ouvido falar no BOPE.
Essa propaganda era necessária, a nossa sociedade precisa respeitar e conhecer melhor o trabalho dos policiais, e nesse ponto o filme é válido, se tivesse um tom a menos de exaltação ao BOPE.
Sociedades se mantém se respeitamos e ensinamos às nossas crianças a respeitarem os policiais e os professores enquanto profissionais, e a todos os cidadãos enquanto pessoas.
Porém o filme exalta a polícia, com o pretexto de apenas relatar a visão desta, e coloca a culpa de grande parte do ocorrido, na classe média de usuários de drogas universitários.
A validade deste argumento é contraditória, PORRA!, Os políticos são uns fanfarrões e deitam em cima de projetos anti-legalização, pois é mais lucrativo quando proibido. (Frase para entrar na ótica do filme)
Ainda temos que ouvir argumentos que tudo deveria ser proibido, inclusive o cigarro feito de tabaco, (imagina eu tendo que subir a rocinha para comprar um maço de malboro light?!).
A legalização é a grande chave para o processo de diminuição do tráfico e violência? Não.... Não sei... mas é provável que esta política junto com um monte de outras campanhas que garantam o uso consciente de algumas substâncias, o uso controlado de alguns tipos de drogas, e pesquisa sobre as qualidades benéficas da produção destas drogas seria interessante para elucidar o caso. E não se faz elucidação culpando a classe média oprimida, que o máximo que faz é consumir um baseado de maconha imerso em amônia, pois nem o INMETRO pode garantir a qualidade do mesmo.
Leitor, puxando, prendendo e soltando pela razão... você realmente acredita que é a maconha consumida pelos universitários (especialmente o da área de humanas) que contribui para o esquema INTERNACIONAL de tráfico de drogas?
Quantas festas rave seriam necessárias para valer o risco de tantas mortes e pagar todo o dinheiro aplicado pelos BARÕES DAS DROGAS?
Não parece irônico, que o filme que fala de um consumo clandestino de drogas e do combate ao mesmo tenha sofrido do mesmo mal que condena? E isso atrapalhou a sua veiculação? quem sustentou essa distribuiçãpo por baixo dos panos? os que se corromperam assistindo ao filme? ou os que se corromperam facilitando o acesso ao mesmo e quebrando o direito autoral?
Toda industria se mantém pelo consumo do produto que oferece, porém esse consumo é uma necessidade criada, vide celulares, mp3 player e afins. Quando a necessidade é um vício, cabe a sociedade julgar a necessidade de combatê-lo, através de sua proibição ou através de campanhas contra o seu uso, questionando inclusive os seus conceitos de bom e ruim.
A industria da droga, assim como a da pirataria, não é diferente. A necessidade do consumo já foi criada, combater isso com violência é antiquadro e agrega valor ao produto, pois agora esse produto para ser conseguido, tem que ser pago com a vida. Está na hora de repensarmos nossa legislação, para que pessoas inescrupulosas deixem de ganhar dinheiro em transações de tráfico arriscadíssimas, e, as empresas e as corporações passem a oferecer o produto necessário de forma regulamentada, consciente e pagando impostos.
O que fazer com esses impostos é tópico para outra postagem, pois periga de novo cairmos na corrupção do desvio, interessante sempre aos políticos...
Um comentário:
Gostei do ponto de vista, embora não concorde que o filme mostre os universitários como financiadores do tráfico. O consumo nas universidades existe. Quem ao chegar na faculdade não se deparou com um grupinho dando um "tapinha" antes da aula? Ou fez parte do mesmo grupinho? Acho que a idéia era mostrar a hipocrisia da sociedade, que assim como os políticos corruptos se usam de atos considerados "boas ações" para benefício próprio, numa demonstração de quão egoístas e insanas as pessoas são.
Postar um comentário